segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Bernardinho: um verdadeiro líder!

"Não existe coincidência ou sorte. Existe muito trabalho e a crença irretocável de que é possível fazer, basta ter coragem" (Os Líderes)

Foi preciso coragem para o técnico Bernardinho iniciar um processo vitorioso, sem precedentes no esporte coletivo no Brasil. Campeão olímpico, campeão da liga mundial, campeão pan-americano, e, acima de tudo, buscando sempre a renovação do grupo e conseguindo sempre implementar os fundamentos assinalados no conceito de trabalho em equipe, por ele criado, chamado a ‘RODA DA EXCELÊNCIA’. Segundo ele, a estrada por onde passava a roda da excelência era pavimentada com o cimento denominado planejamento. Essa estrada tinha como pilares a perseverança, superação, comprometimento, disciplina e ética. De nada adiantaria essa excepcional montagem de valores se continuasse no papel meramente como figura de retórica. È importante ressaltar também o entusiasmo adquirido através da leitura de importantes obras biográficas de personagens que de certa forma contribuíram para o perfeito entendimento do que é de fato exercer liderança. Esses personagens históricos conseguiram mudar, cada um em seu tempo a ordem estabelecida. Leu sobre Ghandhi, sobre Whinsthon Churchill, sobre Benjamin Flanklin, grandes líderes, grandes pensadores, grandes formadores de opinião.

É do nosso entendimento que Bernardinho já tinha no sangue o ímpeto competitivo, mas tinha também uma vontade de aprender cada vez mais. Começou a buscar informações e conhecimento sobre o comportamento dos mais laureados técnicos dos esportes de massa dos EUA. John Wooden, figura mítica do basquete americano, contribuiu substancialmente para a dinâmica de Bernardinho ao divulgar para o mundo esportivo o mecanismo que era usado para conduzir seu grupo denominado a “PIRAMIDE DO SUCESSO”.

Tanto a “‘PIRÂMIDE DO SUCESSO” quanto “A RODA DA EXCELÊNCIA”, criada por Bernardinho, são engenhosidades que saíram do campo das idéias e passaram para o campo das atitudes. Portanto não basta ter idéias tem que ter coragem para executa-las.

Cinco anos depois do inicio do ciclo vitorioso, Bernardinho estabeleceu um outro modelo que pudesse ser usado como fonte orientadora para o mundo corporativo e que fosse ao encontro do necessário dinamismo que deve permear as equipes de venda no tão aguerrido e exigente mundo empresarial. O modelo que fez com que ele se notabilizasse Brasil afora como o mais requisitado palestrante em atividade recebeu a denominação de “Escala de valores”.

Muito do seu repertório responsável por exercer esse magnetismo sobre o público ouvinte é recorrente das interpretações apuradas de algumas frases que se seguem e que foram selecionadas por nós “OS LÍDERES”.
  • "Vencer não é tudo, mas dar tudo pela vitória é a única coisa que importa",
  • "A grande vitória de um líder é tocar a alma de seus colaboradores",
  • "Deve-se exigir mais de quem tem mais pra dar. È fundamental conhecer as pessoas para motiva-las",
  • "Quem não se qualificar para o que pretende ser. Quem não conhecer a fundo o que faz, tem tudo para colher mais adiante o revés e a decepção"
  • "Ousar mais e continuar incentivando o espírito de equipe sem esquecer que um time não é formado pelos melhores e sim pelas pessoas certas".
Toda a sua brilhante trajetória de profissional do esporte, motivador de equipes, formador de caráter é homenageada por todos os brasileiros e reconhecida mundialmente. Se um país precisa de ídolos, essa é a nossa dica.

O Primeiro Milhão

Quantas vezes já ouvimos de amigos e professores ou lemos em livros e sites que é importante estipular metas e objetivos para ser feliz? Seja em qualquer área, criar objetivos acaba sendo o estímulo para qualquer pessoa atingir o sucesso. Características como motivação, ambição, disciplina e criatividade viram armas para o profissional que se prepara para conquistar.

Agora vamos em frente. Digamos que o objetivo seja ganhar um milhão de dólares? Como o profissional deve se comportar? Quais caminhos esta pessoa deve trilhar? Muitas perguntas surgem para tentar chegar a uma conclusão que pode ser simples: ter metas, como é o caso do filme O Primeiro Milhão (Boiler Room), do diretor Ben Younger, que conta a história do jovem Seth Davis na busca do seu primeiro montante financeiro e do respeito do seu pai.

Na trama, o personagem, interpretado por Giovanni Ribisi, larga os estudos para montar um cassino em seu próprio apartamento. Em seu bairro, o obstinado jovem seduz os garotos a participarem da jogatina, e, assim, de maneira ilegal, vai faturando seu dinheiro. Até que surge uma grande proposta de trabalhar de maneira aparentemente honesta, dedicando-se a vida de corretor de ações. O jovem aceita para poder agradar ao pai rígido.

A partir daí, o filme apresenta uma série de mensagens corporativas que servem de exemplo para o profissional determinado. Apesar do desenrolar do filme encaminhar para uma trama de irregularidades da corretora, é possível pincelar algumas características para o desenvolvimento de um profissional em busca de grandes objetivos.

Em uma das cenas, o chefe da corretora Jim Young, interpretado por Ben Affleck, reúne todos os corretores trainees, inclusive Seth Davis, e apresenta algumas dicas para se conquistar um milhão de dólares em apenas 3 anos. O trabalho duro, a motivação pela meta do milhão, a ambição e a criatividade são características de um líder vencedor. Para garantir o sucesso, é importante que o profissional se guarde nessas premissas, pois nada vem de graça. No filme, essas características estão alinhadas a falta de ética, o que se apresenta como uma opção perigosa – vide o final.

Vale a pena assistir ao filme!
Abaixo, parte do filme em inglês.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

5 dicas para ficar mais motivado


Texto do site dos Administradores.com.br

Motivação é um tema complexo e que tem merecido constantes estudos e pesquisas. Seguindo o objetivo de trazer dicas rápidas e úteis sobre temas do mundo corporativo abaixo apresento cinco dicas para ficar mais motivado no trabalho.


5 DICAS PARA FICAR MAIS MOTIVADO

1. Estabeleça um propósito - diz o ditado: para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve. Estabeleça objetivos pessoais e profissionais. Faça uma lista. Escreva e revise esta lista com frequência. Estabeleça objetivos de vários tipos.

2. Seja ambicioso - entre estes objetivos coloque alguns desafios. Crie algumas metas diferentes do comum, como aprender algo novo em outra área de atuação, escrever um livro ou artigos, fazer uma viagem para um local pouco comum etc. Você também pode almejar uma posição com mais desafios no próprio trabalho ou em outra unidade da empresa. Pense grande. Desacomode.

3. Tenha disciplina - parece estranho, mas a disciplina é que nos mantém firmes nos propósitos. Persista, insista e conclua seus objetivos, pois com isso você terá mais forças para continuar motivado para realizar novos objetivos. É difícil saber o momento de parar ou continuar em algum propósito, porém, na dúvida tente mais um pouco... seja organizado e disciplinado que os resultados aparecem.

4. Relacione-se - conversar com pessoas diferentes e bem sucedidas é estimulante e desafiador. Faz com que você perceba outras possibilidades e ações. Procure afastar-se da inveja e se concentre nos resultados. Aprenda com os outros. Fale de suas expectativas. Peça feedback. Ouça os elogios e saiba interpretar as críticas de forma positiva.

5. Comemore - a cada conquista, grande ou pequena, crie o hábito de comemorar. Seja só ou acompanhado: comemore; vibre com cada realização! A vibração positiva de cada conquista é um grande estímulo e motivador para futuras realizações. Abra sua mente e seu coração para o lado bom das conquistas.

Qual sua dica de motivação? O que você faz para se manter motivado? Participe, escreva um comentário contando sua história de motivação.

sábado, 25 de julho de 2009

Um nacionalista preso por delito contra a Segurança Nacional

Getúlio Vargas manda Monteiro Lobato para a cadeia - tirada do site Migalhas: pílulas de informação

Apesar de ser conhecido como escritor de histórias infantis, Monteiro Lobato também foi advogado, fazendeiro, editor de livros e jornalista. Acima de tudo, foi um nacionalista. Não se conformava com o desenraizamento cultural, não gostava dos modismos importados que nada tinham a ver com a realidade brasileira e condenava a utilização de vocábulos estrangeiros sem necessidade.

Mas um episódio que ganhou destaque foi o ocorrido em 20 de março de 1941. Nesse dia, Monteiro Lobato foi preso por delito contra a segurança nacional. A história que explica esse episódio começa, na verdade, muito antes dessa data. Por isso, voltemos um pouco no tempo.

Depois de se entediar com o Direito, vender a fazenda herdada do avô, montar e falir uma editora – e, claro, escrever as obras que o consagraram – o personagem dessa história real muda-se, em 1926, para Nova Iorque e por lá fica até 1931. No exterior, trabalha como adido comercial brasileiro. Impressiona-se com o crescimento econômico dos Estados Unidos e passa a militar em prol da pesquisa e exploração do petróleo.

É fácil entender.

Para Monteiro Lobato o poderio americano tinha suas bases no petróleo e apontava as grandes empresas estrangeiras – conhecidas depois como "sete irmãs" – como um dos entraves com o qual se deparava o crescimento do Brasil. Para ele, a melhor coisa era que o petróleo fosse explorado pela iniciativa privada, como era feito no exterior, e não pelo governo que, na sua opinião, era ineficiente.

Como se vê, pouca coisa mudou na ordem do dia.

A carta

O fato é que, em vista disso, em 24 de maio de 1940, durante o Estado Novo, Monteiro Lobato escreve uma carta ao presidente Getúlio Vargas, seguida de outra ao general Góes Monteiro, chefe do Estado-Maior do Exército, reprovando a "displicência do sr. Presidente da República, em face da questão do petróleo no Brasil, permitindo que o Conselho Nacional do Petróleo retarde a criação da grande indústria petroleira em nosso país, para servir, única e exclusivamente, os interesses do truste Standard-Royal Dutch".

Para Monteiro Lobato, as exigências estabelecidas pelo decreto nº 2.179, de 8 de maio de 1940 – que, entre outras coisas, criava um imposto único federal sobre os combustíveis e lubrificantes líquidos minerais – apenas dificultava a exploração do subsolo, retardando o progresso do Brasil.

Diante da missiva, em 17 de dezembro de 1940, o general Júlio C. Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional do Petróleo, reportou-se ao Tribunal de Segurança Nacional condenando a carta lobatiana, por considerá-la injuriosa, tanto para os agentes envolvidos no setor do petróleo, como também no que diz respeito aos poderes públicos. Com isso, queria que Monteiro Lobato fosse enquadrado no crime previsto pelo decreto-lei nº 431, de 18 de maio de 1938, artigo 3º, nº 25 – que dispunha ser crime contra a segurança do Estado e a ordem social injuriar os poderes públicos ou os agentes que os exercem, com penas que podiam levar de seis meses a dois anos de prisão.

Em 6 de janeiro de 1941, abriu-se inquérito a mando do ministro F. de Barros Barreto para averiguar o caso. No dia 27 do mesmo mês, a Superintendência de Segurança Política e Social de São Paulo já realizava buscas no escritório de Monteiro Lobato, localizado na Rua Felipe de Oliveira, 21, 9º andar, sala 4, apreendendo documentos. Dentre eles, uma cópia da carta enviada ao general Góes Monteiro com o mesmo conteúdo da que fora enviada ao presidente Getúlio Vargas.

O resultado da carta

Em 1° de Fevereiro de 1941 é concluído o inquérito. Com base em tudo o que fora levantado nas investigações, o delegado Rui Tavares Monteiro, da Superintendência de Segurança Política e Social de São Paulo, declarou a respeito do escritor : "procura com notável persistência desmoralizar o Conselho Nacional de Petróleo, apresentando-o a soldo de companhias estrangeiras, em cujo exclusivo benefício toma todas as suas deliberações, o que, a ser verdade, constituiria, sem dúvida um crime de lesa-pátria, que comprometeria o próprio Governo Federal, de que ele é representante".

Quanto a Monteiro Lobato, este também foi ouvido no inquérito e disse que, de fato, escreveu uma carta ao Presidente da República, "na qual, entre outras coisas, acusa o Conselho Nacional de Petróleo de retardar a criação da grande estrutura petrolífera nacional, como perseguir sistematicamente as empresas nacionais; que assim procedendo, o Conselho Nacional de Petróleo agia única e exclusivamente no interesse do truste Standard Royal Dutch; que confirma inteiramente os dizeres da carta em questão, esclarecendo que suas afirmações ali se encontram plenamente justificadas pelos fatos apresentados; que escreveu ao General Góes Monteiro uma outra carta onde tachou o Sr. Presidente da República de displicente, porque não tomava, em relação ao petróleo, as medidas reclamadas pelo declarante, como sendo as que melhor consultavam os interesses nacionais, com a presteza que o declarante desejava".

O inquérito foi enviado ao Tribunal de Segurança Nacional, no Rio de Janeiro. O procurador Gilberto Goulart de Andrade concluiu: "à vista do exposto, é de concluir-se que José Bento Monteiro Lobato está incurso no artigo 3º, inciso 25 do decreto-lei nº 431, de 18 de maio de 1938, sujeito à pena de seis meses a dois anos de prisão".

Monteiro Lobato tentou sair do país e, por isso, em 18 de março de 1941, Gilberto Goulart solicitou ao Presidente do Tribunal, Coronel Maynard Gomes, sua prisão preventiva. O presidente da Corte acatou o pedido e dois dias depois, 20 de março, Monteiro Lobato estava preso na Casa de Detenção de São Paulo.

Em busca da liberdade

Hilário Freire e Waldemar Medrado Dias foram os advogados que atuaram na defesa do escritor. Sobre a carta escrita, argumentaram que : "o autor não divulgou nem autorizou o destinatário ou outrem a divulgá-la, e que, portanto, não produz injúria".

A defesa também se valeu da trajetória literária de Monteiro Lobato, afirmando ser ele um grande nome dentro e fora do país, um verdadeiro representante da cultura do Brasil. E não apenas isso, para os advogados o escritor era um verdadeiro nacionalista, "tanto que foi justamente às classes armadas de seu país que o denunciado ofereceu a expressiva dedicatória do livro 'O Escândalo do Petróleo', o qual, em três meses, de agosto a outubro de 1936, se esgotaram quatro edições, num total de 25 mil exemplares". Nesse livro, Monteiro Lobato identificava o petróleo como a "alma da indústria moderna", a "eficiência do poder militar", "a soberania" e a "dominação".

Outro argumento que também foi utilizado para defender Monteiro Lobato foi sua amizade com Getúlio Vargas. De acordo com os advogados,

essa carta de 5 de maio, no seu tom pessoal e quase íntimo, dirigida ao ‘dr. Getúlio’, é igual a tantas outras, escritas antes e depois dela, ao Sr. Presidente da República. É bem uma fotografia, moral e cívica, do escritor, vivaz e bem intencionado, tomado pelas paixões impessoais do bem público e da verdade, com seu amor às grandes causas, com seu feitio, com seu temperamento, com sua impulsividade, com seu talento literário, com o colorido do seu estilo e com a independência de suas idéias.

Essa carta não constitui injúria ao presidente da República e, por isso, o presente processo, formado em redor dela, é um manifesto erro judiciário, pois falta à espécie o “animus injuriandi†e o “animus nocendi.†Até que foi feita a pergunta: “Por que não agiu contra o denunciado o Sr. Presidente da República?


Sem hesitar, os advogados afirmaram: "o caso, positivamente, não é o de injúria, nem o Sr. Presidente da República nem aos órgãos de sua administração. A remessa da carta de 5 de maio ao Conselho Nacional do Petróleo obedeceu a uma simples praxe que o chefe de Estado estabeleceu normalmente em reclamações análogas, para ser convenientemente informado dos assuntos que motivam as críticas formuladas".

Outro ponto de destaque foi a reprodução, por parte da defesa, da carta de Ronald de Carvalho, do gabinete da Presidência da República, de 31 de outubro de 1934, lembrando que o próprio Getúlio Vargas havia estado com Monteiro Lobato para tratar de estudos sobre os problemas do ferro e do petróleo. A carta dizia : "Meu caro Lobato. O presidente deseja conversar com v. sobre assunto de grande interesse para o Brasil. Peço-lhe, por isso, que venha ao Rio, se lhe for possível, na próxima semana. Aqui fico às suas ordens".

Em 1° de abril de 1941 foi pedida a absolvição de Monteiro Lobato. Em 8 de abril foi realizada a audiência de julgamento no Tribunal de Segurança Nacional. Depois de considerar os argumentos da acusação e da defesa, o coronel Augusto Maynard Gomes, juiz incumbido do caso, proferiu a sentença em favor de Monteiro Lobato, tendo em vista a amizade que havia entre ele e Getúlio, o livre exercício de crítica e o caráter privado da carta. No entanto, houve recurso e o caso foi parar no Tribunal Pleno e por unanimidade de votos o escritor foi condenado a seis meses de prisão - grau mínimo do artigo 3º, inciso 25, do decreto-lei nº 431, de 1938.

Monteiro Lobato ficou preso por três meses por causa de sua intransigente luta em prol da soberania do país nos direitos de exploração do subsolo. Mas, em 20 de junho de 1941 foi posto em liberdade em virtude do alvará expedido pelo mesmo Tribunal que o mandou prender, o Tribunal de Segurança Nacional, por ter-lhe sido concedido, por decreto de Getúlio Vargas, em 17 desse mês, o benefício de indulto.

O espírito de Emília fala mais alto

Poderia até ter saído antes, mas o espírito imprudente de Monteiro Lobato não deixou. Ao receber a notícia de que seria solto, escreveu uma carta ao presidente do Conselho Nacional do Petróleo, o general Horta Barbosa, dizendo-se "profundamente reconhecido pelos deliciosos e inesquecíveis dias passados na Casa de Detenção". Longe do "tumulto humano e das mil distrações" do mundo teve a oportunidade que "sempre havia sonhado" para "meditar sobre o livro de Walter Pitkin, 'A Short Introduction to the History of teh Human Stupidity'".

Resultado : a sentença de soltura foi revogada e Monteiro Lobato ganhou mais algumas semanas na cadeia.
Um pouco mais do espírito sarcástico de Monteiro Lobato você acompanha no áudio que segue. Trata-se da última entrevista concedida pelo autor, em 2 de julho de 1948. Entre os temas tratados estão o petróleo, os escândalos do governo e as personagens infantis criadas. Aproveite!

"O BURRO JUIZ"

Monteiro Lobato

Disputava a gralha com o sabiá, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretensão, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse:

- Nada de brincadeiras. Isto é uma questão muito séria, que deve ser decidida por um juiz. Canta o sabiá, canto eu, e a sentença do julgador decidirá quem é o melhor artista. Topam?

- Topamos! piaram as aves. Mas quem servirá de juiz ?

Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro.

- Nem de encomenda! exclamou a gralha. Está lá um juiz de primeiríssima para julgamento de música, pois nenhum animal possui maiores orelhas. Convidemo-lo.

Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda.

- Vamos lá, comecem! ordenou ele.

O sabiá deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como só cantam sabiás, garganteando os trinos mais melodiosos e límpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em êxtase o auditório em peso.

- Agora, eu! disse a gralha, dando um passo à frente.

E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos próprios surdos.

Terminada a justa, o meritíssimo juiz deu a sentença:

- Dou ganho de causa à excelentíssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabiá.

Quem burro nasce, togado ou não,
burro morre (*)

(*) A condenação de Monteiro Lobato,

citada anteriormente,

confirmou essa velha fábula.

A sentença deu a razão ao que cantava mais forte...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Assédio moral

Texto muito interessante sobre a violência psicológica coom método de qualidade de serviço, já ultrapassada há muito tempo. Retirado no site InfoMoney.
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Ao longo dos anos, o universo corporativo vem sofrendo inúmeras mudanças, principalmente com a Globalização. A área de recursos humanos, por exemplo, também precisou adaptar-se à nova realidade mundial. Acreditar que a violência psicológica é a única forma de cumprir a meta do mês ou melhorar a qualidade do serviço prestado é uma conduta condenável e uma técnica de motivação ultrapassada.

Infelizmente, essa é a realidade de muitas organizações que ainda não despertaram para a importância de se adotar uma política sadia de gestão de pessoas. Esse cuidado, além de manter um ambiente saudável, livra a empresa de ter que amargurar prejuízos com multas e novos treinamentos.

Todos os colaboradores se submetem a situações que levem ao constrangimento. O ato praticado pelo empregador contra o empregado ou pessoa de sua família, lesivo da honra ou boa fama, que ofenda sua moral, já está discriminado na letra "e" do artigo 483 da C.L.T., como passível de rescisão indireta do contrato de trabalho podendo, ainda, o empregado requerer a devida indenização por danos morais.

Apesar de ser eminentemente subjetivo, o dano moral surge devido a uma ação que viole a honra ou a imagem causando dor ou sofrimento ou ainda, os direitos da personalidade, direito à imagem, ao nome, à privacidade ou dos atributos da pessoa (artigo 5º., inciso V e X da Constituição Federal). Circunstancias que culminem em abuso emocional no local de trabalho, de forma maliciosa, não-sexual e não-racial, com o fim de afastar o empregado das relações profissionais, através de boatos, intimidações, humilhações, descrédito e isolamento devem ser evitados. Além disso, constranger o funcionário para pedir demissão ou aderir a programa de demissão voluntária, fazer exigências impossíveis, deixá-lo sem trabalho ou não chamá-lo para reuniões, tirar sua comodidade com atitudes como mudá-lo de sala, tirar sua mesa, seu computador também configura assedio moral.

Outra forma bastante comum de assedio moral, e que alguns empregadores desconhecem, ou ignoram, é em relação ao cumprimento quanto às obrigações contratuais, higiene e segurança do trabalho. A honra e a imagem de qualquer pessoa são invioláveis (art. 5º, XI da Constituição Federal) e no que diz respeito à natureza das lesões passíveis de indenização, não mais subsistem dúvidas quanto à total reparabilidade de toda e qualquer espécie de dano moral (artigos 159, 1.518, 1.550 do Código Civil).

Para produzir provas em audiências, o empregado pode contar com a ajuda da tecnologia, além das testemunhais já conhecidas. Dependendo do entendimento do juiz que irá sentenciar o processo, será permitido também a gravação através de celulares, canetas filmadoras e webcam.

Para evitar que situações de abuso emocional ocorram nas corporações, aconselho maior conscientização dos gestores sobre a questão para que situações de total constrangimento não terminem no tribunal, ou em piores casos, na imprensa.

Além do alto custo de uma ação do gênero, é preciso levar em conta que a exposição de trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras é muito mais fiscalizada hoje que no passado. O empregador deve evitar, portanto, quaisquer das situações citadas, bem como usar de cautela para lidar com seu empregado ou no caso de chefia, com seus subordinados, respeitando-os e, acaso haja necessidade de conversar sobre situações indesejáveis, que o façam de forma mais branda e sutil possível, evitando dissabores entre as partes.

Edson Baldoíno Júnior, advogado especializado em direito empresarial, é um dos consultores e sócio do escritório Baldoíno Advogados Associados. Para saber mais sobre a atuação do advogado, acesse o site www.baldoinoadvogados.com.br

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Comprometimento: essencial a qualquer líder

- Matéria retirada no site da Redação Liderança
matéria incluída em: 01/07/2009

Não me comprometa foi um quadro humorístico no passado que mostrava um indivíduo incapaz de assumir qualquer responsabilidade como gente, profissional e muito menos como líder. Sua voz esganiçada e irritante fazia rir, traduzindo o perfil indesejado de muitos.

O comprometimento é criado por um processo evolutivo que começa com informação. Ninguém desinformado, sem saber em que cumbuca irá colocar sua mão, conseguirá se comprometer. O segundo estágio é o conhecimento – o aprofundamento no assunto que lhe cabe administrar. Um conhecedor informado evolui para o estágio do entendimento, que possibilita avaliar uma situação com segurança, discernir o certo do errado e propor soluções apropriadas. Somente após o estágio do entendimento é que alguém consciente poderá atingir o patamar do comprometimento.

Um líder compromissado se mune das informações certas e conhecimentos para entender a realidade como ela é e não como gostaria que fosse. Assim, consegue conduzir um plano de ação consistente e viável.

A receita está descrita. É simples e clara e se nem todos os líderes a seguem, não é por ser difícil, mas por lhes faltar vontade e disciplina.

Sabemos das conseqüências de um líder descompromissado. Seu discurso não é acompanhado das atitudes condizentes e sua equipe, ao refletir o comportamento do chefe, passa a ser alvo de críticas, ficando desorientada e desmotivada.

Outra coisa é a informação precisa, não truncada e em cima da hora. Quando todos têm as mesmas informações, ao mesmo tempo, de forma clara, não há espaço para desentendimento e fofoca.

Líderes comprometidos são íntegros e éticos e, portanto, confiáveis. Seu comprometimento é propagado para toda sua equipe e repercutido por toda a organização. Seu grau de exigência é aceito com naturalidade, pois ele cria uma consciência coletiva ao reproduzir o mesmo processo – informar, prover conhecimento e estimular o entendimento. Além de comprometido, é um líder inspirador, por isso é admirado. Assim como nós esperamos o comprometimento dos que nos cercam, todos esperam o mesmo de seus líderes. O exemplo vem de cima.

O que de fato retrata o comprometimento? Entendo que algumas coisas são essenciais, dentre elas está o cumprimento do prometido. Comprometimento – obrigação por compromisso – é palavra, aquela que, como no passado, era honrada ao fio do bigode. Portanto, antes de tudo, o líder precisa ser capaz de se comprometer com a palavra dada, sem se esquivar por trás de desculpas defensivas. O compromisso com a verdade é imbatível. Ninguém tolera líder que não “sustenta em pé o que falou sentado”. Mesmo diante do maior erro, a verdade deve ser soberana na liderança pelo exemplo.

A atitude do líder, diante do comprometimento, é também fundamental para a motivação de sua equipe. Ela pode levá-lo ao sucesso total ou a um simples arrastar de pé sem entusiasmo. Outras tantas poderiam ser enumeradas, mas encerro apenas com uma sabedoria de Vince Lombardi: “A qualidade de vida de uma pessoa é diretamente proporcional ao comprometimento com a excelência, independentemente do campo de desempenho escolhido”. Quando se trabalha com paixão, comprometimento e prazer se fundem em tal profundeza, de que nada é impossível.

Informar, conhecer e entender são os degraus básicos para o líder demonstrar seu comprometimento, uma de suas competências essenciais.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pesquisa mostra que população não acredita no marketing verde

Fonte: Eco-Finanças - (06/05/2009)

Pesquisa feita pelo instituto Datafolha a pedido da organização Amigos da Terra - Amazônia Brasileira - que desde o ano 2000 desenvolve o Eco-Finanças, programa pioneiro que estimula a administração ambiental no mundo financeiro - revela que os clientes das instituições bancárias não acreditam que os bancos desenvolvem medidas socioambientais realmente efetivas.

Segundo a pesquisa, os clientes entendem que bancos gastam mais com propaganda do que nas ações propriamente ditas, e os investimentos em marketing dos bancos para mostrar suas ações de sustentabilidade socioambiental são recebidos com ceticismo pelos clientes. Para 89% dos consultados, os bancos anunciam boas práticas de sustentabilidade ambiental, mas gastam mais em propaganda do que nas ações divulgadas. Entre 12 grandes bancos públicos e privados, o Banco do Brasil e o Bradesco estão no topo tanto da lista das instituições apontadas com as que teriam as melhores práticas ambientais como no ranking oposto.

Foram feitas 2.055 entrevistas entre 2 e 14 de abril com brasileiros de 18 anos ou mais, donos de telefones fixos, em todo o país. A maioria (70%) diz que daria preferência a bancos que os informassem sobre os impactos socioambientais de seus investimentos. Dentre esses, mais da metade trocaria de instituição bancária se estas informações fossem oferecidas pela concorrência, desde que recebessem condições comerciais idênticas, e 18% dos entrevistados declararam que passariam à instituição mais transparente independentemente de serviços e taxas.

Na questão referente ao comportamento dos bancos frente à destruição ambiental, 81% opinaram que eles não fazem o suficiente e, destes, 27% disseram que as instituições financeiras poderiam pelo menos exigir o respeito das leis. Fernando Martins, diretor-executivo de estratégia de marca e comunicação corporativa do grupo Santander Brasil, disse ao jornal Valor Econômico que "a publicidade, num mundo onde as pessoas têm cada vez mais informações, ficou um pouco para trás e tem que se reinventar. A sustentabilidade é nova neste cenário e muita gente vem usando isto de forma oportunista".

A pesquisa "A Visão da População Brasileira sobre Bancos e Práticas Socioambientais" revela, contudo, uma contradição: os brasileiros apontam o Banco do Brasil e o Bradesco como os que mais financiam a destruição ambiental e ao mesmo tempo como os responsáveis pelas boas práticas. É possível que isso se dê pelos projetos que o BB desenvolve em regiões e pelos investimentos do Bradesco em educação, através da Fundação Bradesco.

Veja a pesquisa na íntegra.